SoLidão: Lidando e Lucrando

Bruno Pessa
2 min readSep 29, 2016

Após tantas voltas, 33 anos
A soma das escolhas me deixou sozinho
Mudaram-se totalmente os planos
Ficou um espaço que tornei meu ninho

Ganhei uma nova companheira
Que já esperava de antemão
Não é nada desejada e alvissareira
É a tal da malfadada solidão

Difícil defendê-la por aí
Pode perguntar pra qualquer um
Mas o que eu vivo me permite desmentir
E questionar o que é senso comum

Nas canções, solidão é tristeza
Tormento que se pede pra acabar
São poucos que nela veem beleza
Não é o que a massa quer comprar

Me permita louvar a liberdade
Autonomia que é morar só
Lá em casa é só tranquilidade
Não tem porque ficar com dó

Não significa que estou isolado
Ainda sou um ser (muito) social
Rodo a cidade, busão lotado
Gente em São Paulo é artigo banal

São seis dias por semana pelo menos
Me sentindo nem um pouco solitário
Tem domingo então que só queremos
Ficar quieto e relaxar sem ter horário

Sozinho posso convidar quem eu quiser
Ou descansar até a próxima saída
Tamos aí pro que der e vier
Lidando e lucrando co’essa vida

(27 de setembro de 2016)

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Bruno Pessa

Jornalista, doutorando em Comunic. Social, especialista em Jorn. Literário, youtuber de araque e outros quetais. Mais: naotevejeito.blogspot.com