Brasil, outubro de 18
O voto continua sendo secreto
Mas vemos direto pessoas se revelando
Rompendo o silêncio, manifestando
Mostrar com quem você tá, tá urgente
Com quem jamais estará, é premente
Ainda mais ouvindo tanta aberração:
Que deprimente — hashtag ele não.
Tanta gente…
Tanta gente por aí sendo fisgada
Canalizando revolta numa cilada
Confiando o destino a um personagem
Faceta de honesto, tá de sacanagem
Ele promete mudança, declara esperança
De uma nova aliança, bem nacionalista
A veia em seu sangue é autoritarista
Você não me engana, você é fascista.
E nessa da galera dizer o que acha
Não tem pra onde fugir, ou é vai ou é racha
Quem me dera o meu mundo fosse um grande consenso
Pare, tenha bom senso, quebre essa bolha
Nem na sua família todos têm igual escolha
Não lamente, nem omita as mais caras verdades
Não perca a política por causa de amizades
Ponha fé e coração, é pesada a disputa
Se acaba a eleição, mas jamais a luta.
Especialmente para o Sarau Antifascista do Cursinho Popular Laudelina de Campos Melo, 13 de outubro de 2018.